A ejaculação feminina, conhecida popularmente como squirting, é um fenômeno natural que ainda causa muitas dúvidas. E não é por menos – o tema ainda é controverso do ponto de vista científico, especialmente quanto a composição desse líquido ejaculatório.
No entanto, podemos afirmar: pessoas com vulvas podem ejacular! Quer saber como isso acontece? Vem com a gente desvendar esse assunto e entender, de fato, o que é o famoso “esguicho feminino”.
Afinal, o que é squirting?
É bom dizer… O chamado squirting é amplamente encenado na pornografia, representado por mulheres que jorram verdadeiros jatos de líquido da sua vagina. Isso é, na verdade, um truque em que um líquido é introduzido nas partes íntimas para simular um jato superintenso, o que acaba nos passando uma visão distorcida da ejaculação feminina.
Essa performance do squirting na pornografia, feita por e para homens, pode acabar gerando expectativas irreais e pressões desnecessárias, especialmente para mulheres, que acreditam que devem alcançar a ejaculação a qualquer custo, ou mesmo que ela é um requisito para o real prazer.
“Será que eu fiz xixi?” é uma das dúvidas mais comuns entre mulheres que experimentam o squirting pela primeira vez. Muitas se questionam se estão, de fato, fazendo xixi durante a primeira ejaculação, criando medo ou resistência à prática, por puro desconhecimento. Por isso, vale ressaltar…
Ejaculação não é xixi! Ainda que a composição do líquido ejaculado seja indefinida, sabemos que ele é produzido e expelido pelas glândulas de Skene, que ficam localizadas na vulva, próximo à abertura da uretra – por estar tão perto da uretra, pode causar a impressão de que o fluido é urina.
Em resumo, ele não se parece com urina e nem é a mesma coisa que lubrificação: o líquido liberado na ejaculação feminina é fluido, transparente e não tem cheiro. E ah, a quantidade pode variar bastante: desde algumas gotinhas, até mesmo esguichar um tanto e ensopar o lençol.
Ejaculação x lubrificação
Quando o assunto é squirting, comparações com lubrificação costumam aparecer. No entanto, essas são duas coisas diferentes e compostas por fluidos distintos. Olha só 👇
🩷 Lubrificação: sai diretamente do canal vaginal e é produzida pelas glândulas de Bartholin, que ficam próximas à entrada da vagina. O fluido é mais espesso e tem um odor mais próximo ao da vagina.
💜 Ejaculação: é mais líquida e sem cheiro e é produzida pelas glândulas de Skene. Aparentemente, ela costuma ocorrer quando há necessidade de relaxamento e resfriamento do corpo.
Nunca tive ejaculação. Tem algo errado comigo?
Não, deusa, não tem nada de errado com você. Até hoje, não se sabe se todos os corpos com vulva são capazes de ejacular. E como tudo sobre corpo, cada um tem o seu jeitinho e esse lance de “defeito” não existe. Conforme alguns estudos, isso dependeria da presença e do tamanho das glândulas, mas os estudos sobre o tema ainda são pouco conclusivos.
Dito isso, saiba que o squirting não é algo para se alcançar, ou um objetivo para atingir nas relações sexuais. Ele não é sinônimo de mais prazer, e nem deve ser uma conquista para provar algo para você ou para outra pessoa. Então, desencana dessa pressão desnecessária!
Saiba que ejacular é normal, e não ejacular, também! É mais do que possível viver orgasmos intensos, e até múltiplos, sem nunca ejacular. Portanto, se a ejaculação vier, não há motivo para o constrangimento, e, se não acontecer, isso não faz de você alguém menos potente sexualmente, ok?
omo falamos acima, é possível viver orgasmos intensos sem nunca ejacular. E o contrário? Bom, o fenômeno da ejaculação, principalmente a feminina, não tem relação direta com o orgasmo. Um pode acontecer independente do outro!
Como orgasmo e ejaculação são processos que não estão necessariamente atrelados, você pode gozar sem ter um squirting e ter um squirting sem ter tido um orgasmo.
Pois é! Ao contrário do que muitos pensam, pessoas com vulva ejaculam, sim! E quando acontece, é porque é um fenômeno natural do nosso corpo. Não é nada de outro mundo e nem um super poder, viu?
O squirting é algo que você não deve nem perseguir e nem fugir. Não há razão alguma para constrangimento quando acontece — ou quando não acontece. Somos adeptas a conhecer o próprio corpo e a explorar ao máximo toda a potência erógena que ele tem, no entanto, não é motivo de frustração se a ejaculação não rolar, combinado?
Em resumo, não é nenhuma novidade que o prazer feminino segue cercado de controvérsias, né? Como diz Valentine Njoroge, escritora feminista queniana: “O orgasmo feminino é um grande tabu. Em uma sociedade patriarcal e machista, prazer sexual feminino não é realmente discutido ou priorizado.”
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